Enquanto Boeing e Embraer costuram um acordo para unir operações, a parceria entre as concorrentes Airbus e Bombardier recebeu o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A operação é considerada um dos motivadores para a negociação entre a fabricante americana e a brasileira por unir dois nomes de peso do mercado aeroespacial no segmento de jatos de 100 a 150 assentos.
A compra de 50% da C Series Aircraft Limited Partnership (CSALP) pela Airbus foi aprovada pela Superintendência-Geral (SG) do Cade sem restrições e há um prazo de 15 dias para que terceiros apresentem eventuais recursos sobre o caso ao tribunal da autarquia.
Com a transação, a Airbus entra para a sociedade da CSALP para desenvolver e comercializar aeronaves da família C Series. Até então, a CSALP era uma sociedade formada por Bombardier (63%) e pela Investissement Québec (37%), entidade ligada ao Governo de Quebec, no Canadá. Diante da entrada da Airbus, a participação desses acionistas na empresa cairá para 30,8% para a fabricante canadense e 19,18% para o braço de investimentos governamental.
O Cade considerou que o portfólio de aeronaves ofertado pelas partes é complementar e que o maior concorrente da família C Series é a brasileira Embraer. O Cade descreve a fabricante com sede em São José dos Campos, São Paulo, como “líder no mercado em todos os cenários” e conclui que não há risco ao mercado de jatos de “corredor único com capacidade de 100 a 150 assentos, seja no cenário mundial, seja no cenário nacional”.
Na submissão do negócio à autoridade concorrencial brasileira, as partes foram assessoradas pelo Levy & Salomão Advogados.